Escrevo ao som de...
http://www.youtube.com/watch?v=Pu7fmZtyQdA (Rui Veloso, 3 minutos de atenção)
A maior parte do meu tempo é constituída por um palco sem "minutos de atenção" pela verdade.
A minha verdade é descabida. Só a vejo nos filmes, nas fantasias, nos sonhos, nas canções, nos poemas... Em tudo aquilo em que os normais desta vida acham ridículo.
Hoje fui ver um filme francês do realizador Olivier Nakache... Recomendo vivamente "Amigos Improváveis" é a reles tradução em português de "Intouchables" e conta a história verídica da amizade entre dois homens, em que um deles é tetraplégico e está numa cadeira de rodas.
Entre os vários momentos e lições que a pelicula conta a que mais me tocou foi a verdade do homem da cadeira de rodas... Supostamente preso na verdade real de todos os que o rodeiam e que num momento diz:
"Neste tempo todo o que mais me custa não é estar na cadeira de rodas, é não ver a Eleonor."
E pronto. Mais um momento em que alguém longe vê a mesma verdade que eu. Tantas vezes tetraplégicos que somos. Tantas.
Aliás... Parada estou enquanto não te vejo.
Presa por não poder.
Morta por não estar.
As verdades doem. Estas sim doem porque não as queremos saber.
Porque dão trabalho para consolar e na maioria das vezes nada consola mesmo... É como a Morte... "
Tens que dar tempo ao tempo..." É o que dizemos quando alguém morre.
É a frase que mais escuto agora.
Como sofro por não te ter "Eleonor".
Como queria que soubesses de tudo o que o meu coração sabe para estares num mundo tão mais rico que a tua idade... Que a tua história... Que as tuas certezas.
Deus tem muitos tetraplégicos para guiar. Não os que não andam pelo seu próprio pé. Mas os que não adoram do coração.
Talvez um dia... Nos encontremos.
Com mais do que 3 minutos para dar um ao outro.
TmAV