quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A verdadeira...

... ressaca, é acordares uma hora atrasada para ir trabalhar e só quase ao fim de 25 minutos de viagem no comboio perceberes que te esqueceste de pôr o soutian.

Cereja em cima do bolo: a empresa onde trabalho tem "dress rules" rígidas. Deus me proteja.

TmAV

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

DEFICIÊNCIAS

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.


"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.


"Cego" é aquele que não vê seu próximo a morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.


"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no final do mês.


"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.


"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam da sua ajuda.


"Diabético" é quem não consegue ser doce.


"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:


"Miseráveis" são todos os que não conseguem falar com Deus.


Mário Quintana (escritor Brasileiro)

1906-1994



TmAV

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

MP *****

Loura de dia, morena de noite. Carente, porém independente sai lampeira e fresca de casa. Não esqueceu o perfume da morte, mas coloca uma flor no cabelo e tem pintadas as unhas dos pés de cor-de-rosa. Olha várias vezes para o telemóvel e é salva pelo toque que lhe conta as rotinas do dia, já não está sozinha. Mas sabe sempre estar sozinha. Desliga e suspira transpirada a chegada a bom porto. Transpira mas cheira bem e tem sempre um toque de leveza laminada para cada passo que dá. Roda os anéis nos dedos. Ajeita os brincos de prata e parte.

Sabe fingir que não vê, mas olha tudo ao redor pelo canto dos seus olhos verdes discretos, tão discretos que por vezes castanhos. Por outras vezes ainda os seus olhos perdem-se no infinito, no imaginário, nas fantasias que cessam ao barulho da buzina.

Volta a chegar ao destino e caminha agora determinada, linda e única. Olha em frente e não cairía nem com a força de 20 homens, é como um touro em arena só que em camara lenta. Todos a olham. Não esconde a sua tesão, mas dá-se a um respeito ainda mais libidinoso. Sorri, mas não ri. Molha os lábios, mas não olha para ninguém. Não se mostra e não se esconde. Fica pousada como flor de jardim, mas é espontânea e gosta tanto de si.


A Mulher Portuguesa está cada vez mais puta e por isso, cada vez mais bonita.


TmAV



sexta-feira, 15 de julho de 2011

Mixed Feelings

Desde pequenina que sempre odiei transportes públicos. Todos. Com 10 anos ía a pé para a escola com autocarros a passar à porta da minha casa de 20 em 20 minutos! Preferia 35 minutos a pé do que 5 minutos de autocarro! Comecei desde cedo a observar uma imensidão de "coisas" que são denominadores comuns em transportes públicos:



- Partilhar um espaço fechado com imensas pessoas;



- Pior, quando nesse mesmo espaço fechado, as pessoas tossem, espirram e bocejam em cima de ti sem pôr a mão à frente da boca!



- A velha que olha para ti com um ar castrador porque ainda não lhe cedeste o lugar e ninguém quer saber que também estás cansada ou que com 20 anos (também) já tens varizes! (agora tenho 31... é melhor nem falar disso!)



- A supeira que vem "atolhada" de sacos de plástico, mais a mala, a sacola, o guarda-chuva e sei lá mais o quê e roça todas essas coisas molhadas e sujas na tua roupa!



- O gajo transpirado que toca aquele braço oleado no teu (arghhhhhhhh)!



- A gaja que leva o almoço ainda quente no saquinho já gasto da GANT (sim... leva o almoço, mas em saco de marca!) e vais toda uma viagem às oito da manhã a cheirar a esparquete à bolonhesa!



Enfim... podería continuar.


Fiquei 10 anos sem meter as minhas singelas "patinhas" num transporte público, mas eis que a anunciada história da crise tocou nos meus calcanhares e há uma semana que voltei a fazer o fatídico trajecto Cascais-Lisboa com autocarro incluido até às Amoreiras. E é incrivel como há coisas que não mudam! Numa só semana já:



- Levei com uma turma de putos (dos 11 aos 14 anos bem rebeldes) que tinha um monitor que usava uma camisa literalmente aberta até ao umbigo, na qual se conseguia ver um peito mal rapado - e mal parido diga-se de passagem - falava com os miúdos aos berros, mascava pastilha elástica de boca aberta e finalmente, usava uma argola na orelha que mais parecia um daqueles aros de boca dos Índios! O rapaz parecia vindo directamente de um "skcetch" dos Malucos do Riso. A sério. Em contra-partida, protegeu os miudos o tempo todo e ainda os impediu de entrarem no autocarro tipo touros na arena, obrigando-os a esperar pela sua vez. Pensei para mim "ora muito bem, mal jeitoso, mas responsável", e como se faz agora no facebook - LIKE!



- Levei com duas gajas a falarem literalmente em cima de mim e uma delas tinha um par de mamas tão tão tão grande que consegui levar com as mamas dela, pelo menos, umas 6 vezes na cabeça até chegar à minha paragem! Escusado será dizer que me levantei bem antes do momento de sair porque já não aguentava mais tamanha falta de noção de espaço! Gajas com mamas muito grandes deviam pagar 2 bilhetes! Aquelas mamas batem em todo o lado e em toda a gente! São invasivas!



- Levei com uma senhora (devia ter os seus 40 e picos) que tinha, certamente, um problema de garganta e que conseguiu fazer o tempo todo de Cascais-Alcântara aquele jeitinho acatarrado da tosse cansada, aquele "qrrrrmmmm qrrrrmmmm" cheio de "nhanha" nojenta de 30 em 30 segundos (sim eu depois comecei a contar) em cima de mim!!!!!!! SOCORRO que me senti capaz de a matar! Esta foi de longe a que mais me irritou! Fiquei louca! Louca! Louca de raiva, nojo, desprezo, mais tudo o que vocês possam imaginar! Eis que quase no fim comenta-me acerca do livro que eu estava a ler (Blink do Malcom Gladwell) e diz-me num sorriso - "Adorei esse livro menina... Muito bom gosto! Espero que esteja a gostar também!" - e eu lá cedi num sorriso de volta rendido e até um pouco envergonhado de quem sente ódio em vez de pena, de alguém que está doente.




Todos os dias tenho seguido a rota. Uma rota que me tem feito reflectir tanto sobre a vida. A minha vida. Aqueles balanços suicidas do início dos 30's. Ganhar e largar preconceitos. Analisar o que já mudou em ti e o que jamais mudará por mais que te esforces. A diferença entre a génese e o superficial. Tudo isso se faz muito mais em paz numa viagem de comboio porque ou tens os teus olhos num livro... ou sobre a janela.



É um mixed feelings.



TmAV












quarta-feira, 22 de junho de 2011

Há músicas...

... que parecem que foram feitas para nós.


http://www.youtube.com/watch?v=YPx1cdGLirQ


TmAV

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Transparente

Gritas ao mundo sem fim


Numa voz que não sai revoltada

Suspiras profundo fatal enfim

Por alma recém maltrada


Se por um momento foste

Agarras o passado esperançoso

Tentas ver num vidro fosco

Caminho a fazer moroso


Deitas numa prata cintilante

Disfarçada de conforto picante

Tentas amar por quem amante

Num futuro promissor brilhante


Analogias que resolvem tudo

Trazem a merecida lucidez

Que transforma grito mudo

Na última anedota da estudipez


Se querias sonho belo profundo

Devias viver sem muito pensar

Todos os imbecis deste mundo

Não querem saber o que é amar


Se querias razão neste processo

Devias ter procurado o outro eu

Sem limitar o teu constante acesso

O sinal assim parou, morreu.


TmAV

quinta-feira, 9 de junho de 2011

...

As vezes a lucidez é insuportável.


Há umas semanas alguém me disse que eu era um pequeno alien e que ser diferente - realmente ser diferente e não querer ser - num mundo de padrões é algo que numa certa fase só significa uma coisa: conflito.


Tenho dois "eus" e um passa a vida a ralhar com o outro. Aquele que é realmente diferente passa a vida a ser ostracizado pelo Outro que quer ser igual para se enquadrar.


Sempre joguei da boca para fora que era "louca". Mas com os anos percebi que não era só uma força de expressão. Evocava a verdade e não sabia.


Chamei a vida inteira alguns namorados de "bipolares" - esse palavrão que serve para explicar tudo aquilo que não entendemos ou aceitamos nos outros.


Chamei a vida inteira muita gente de incompetente - esse palavrão que serve para explicar tudo aquilo que temos a pretensão de julgar que faríamos bem melhor.


Chamei a vida inteira muitas mulheres de fracas - esse palavrão que serve para explicar tudo aquilo que temos a ignorância de achar que nunca nos vai acontecer.


A verdade é sempre bem mais criativa do que o terror. Mas não é tudo escuro. Depende da perspectiva com que se analisa - tudo depende da perspectiva. E se não houver então não é, não existe. Mas dizia eu, hoje disseram-me:


"Mas tu és um grão de areia. Não vales nada. Nós não valemos nada. Somos tão tão tão pequeninos que nada vai mudar. Tu não marcarás nada nem ninguém. Nós achamos que somos sólidos ou liquidos... Mas somos gasosos. Tão frágeis que desaparecemos no ar. E isso é bom! Ninguém se vai importar com o que fazes ou deixas de fazer! Liberta-te! Esquece! Caga para ti mesma! Deixa de ser auto-centrada e achar que o mundo depende de ti. Ninguém quer saber de ti! Está tudo nas tintas para isso. Escolhe o gelado que mais gostas."


E eu fiquei melhor.


A lucidez é como o xarope. Sabe mal. Faz bem. E não se pode tomar em excesso porque intoxica.


TmAV



terça-feira, 31 de maio de 2011

As pessoas são uma merda

É isso mesmo.

As pessoas são uma merda. Valem cada vez menos.


É por isso que se mata a torto e a direito. É por isso que se vulgariza a morte para os estados mais "corriqueiros" da situação que nos dá mais jeito: para a arte, para o cinema e televisão, para a guerra - seja ela qual fôr, desde do Iraque até ao vizinho de baixo ou ao gajo do trânsito - para a religião, para a cura, para a vingança, para o amor.


Há pouco tempo faleceu um amigo. Matou-se. Jovem. Lindo. "Cheio de tudo para dar", dizem. Dizíam.


Pensei para mim que algumas vezes gostava de ter tido a sua coragem. Mas ele fê-lo porque estava cansado. E para isso não é preciso muita coragem... É preciso estar mesmo muito cansado.


Se partisse... Gostaría que fosse num formato de grito. Uma mensagem que ficasse nos corações das pessoas que perdem tempo por não saberem viver. As pessoas perdem constantemente tempo com merda. E isso irrita-me tanto que por vezes deixo de conseguir ver o sentido da vida. Vida esta para estar ao lado de quem não quer ver. Testemunhar tanta "merdinhez" junta.


O meu amigo partiu... E no dia seguinte o sol voltou a surgir. A praia esteve linda. Uns faziam amor. Nada mudou por ter partido. Tudo continuou assim... o mesmo.


Esta vida ingrata faz com que já ninguém fale de ti. Não deixaste nada por teres partido. Ninguém quer pensar nisso.


As pessoas são uma verdadeira merda.

Nem morrer por nada vale a pena.


TmAV

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Looping

Vivo num looping idiota.


Anteontem pensei o dia todo que se me passasse um carro por cima não se perdia nada. Chorava pela minha falta de vontade.


Ontem andei em piloto automático e não me lembro sequer do que pensei. Provavelmente não pensei tão pouco. Foi um dia em que a alma continuou a dormir enquanto o corpo manteve os seus afazeres.


Hoje de manhã ía na A5 e tive um pânico imenso ao recordar a campanha que os canadianos fizeram acerca do cancro da pele. É uma doença dos jovens adultos e arrepiante.


E decidi, tão estupidamente, que se me dessem só mais um mês de vida, deixava de trabalhar e iría todos os dias nadar na praia.


Isto é muito estúpido. Porque se me fôr antes, arrisco-me a nem sequer dizer Adeus.


TmAV

terça-feira, 10 de maio de 2011

Muitas asneiras, foi o que me apeteceu!

Existem dias que não deviamos sair de casa!


Hora de almoço, escadaria das Amoreiras repleta de gente proletaria a fumar o seu esmifrado cigarrinho depois da Menu 3 da cantina de cima, um sol de morrer, mas tudo com cara de chuva, e já ía furiosa porque acabava de meter mais 2 euros no parquímetro que dá sempre aquela sensação de "acabaram de me... enfim" e eis que já vou a refilar por tudo isto - odeio passar por aquela nuvem de fumo que insiste em instalar-se na escadaria, apesar de ser um "ar livre" - quando, para o bem da Nação Portuguesa, dou um grande e efectivo trambolhão à frente de todo um pessoal sedento por sofrimento alheio! Aliás! Como o Murphy nunca traz só uma no bolso, faz com que a minha pessoa aterre em pleno em cima das costas de um senhor - que diga-se de passagem evitou que caísse mesmo no chão - mas que, contudo, também fumava o seu cigarrinho e me faz inspirar 3 sensações SG's num susto só!


Quase sería escusado dizer que todo um Amoreiras ficou mais feliz e a esta hora 357 escritórios devem estar a contar a história da otária que caíu em cima dum gajo lá em baixo!


Pronto! Eu que, como boa gaja que sou, ía a falar mal de outra gaja, pensei cá para mim - "É bem feita! Ías a refilar com o mundo até mais não, mas já devias saber que Ele troca-te sempre as voltas!"


Afinal podería acontecer (e aconteceu) qualquer outra coisa bem pior do que aquela sobre a qual falava no preciso momento em que caí.


Caí. Levantei-me. E ri-me muito.


TmAV

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Voltamos ao mesmo?

Ontem adormeci a ler o seguinte:


"O capitalismo moderno precisa de uma grande quantidade de homens que colaborem sem levantar problemas, que queiram consumir cada vez mais, e cujos gostos estejam nivelados e sejam altamente influenciáveis e previsíveis. Precisa de homens que se sintam livres e independentes, que não se sintam sujeitos a qualquer autoridade, príncipio ou consciência - e que contudo queiram ser chefiados, cumprir exigências e ocupar o seu lugar na maquinaria social sem atritos; que possam ser comandados sem recorrer à violência, chefiados sem chefes e motivados sem objectivos, com o objectivo único de ter um bom desempenho, de estar em constante movimento, de funcionar de progredir.


Qual é o resultado? O Homem moderno está alienado de si mesmo, dos seus semelhantes e da natureza. Transformou-se numa matéria-prima e vive como se a sua vida fosse um investimento para lhe dar o maior lucro possível sob as condições de mercado presentes."



Este trecho foi retirado de um livro que se entitula "A Arte de Amar", escrito por um senhor que nasceu em 1900 e depois digam-me que não está tudo louco.

TmAV




quinta-feira, 5 de maio de 2011

Voltas.. vão dar vão!

Trocaram-me as voltas!




Só pode ser!



Só me podem ter apanhado distraída na curva e numa altura qualquer em que não olhei para a frente, mudaram-me a rota e eis que me deparo num caminho com um cenário completamente diferente.



Ás vezes sinto-me como aquela típica-anedota-de-mesa-cansada em que se conta que vai uma velhinha num autocarro e à sua frente vai um velho completamente podre de bêbado. Ela olha-o com desprezo e num determinado momento diz-lhe "Você vai p'o Inferno!", ao que ele responde bem alto, levantando-se, "Senhor Condutor! Hic! Pare já aqui... q'eu enganei-me no autocarro!" - eu, neste caso, devo ser o bêbado!



Estive num casamento há bem pouco tempo. 3oo convidados. 400 madrinhas e padrinhos. Eu, claro, fui uma delas. Das 200 madrinhas, eu era a única solteira. Depois de um discurso solto, emocionado e sentido, vieram os 299 convidados, mais os 399 padrinhos e madrinhas dar-me os parabéns pelo tão eloquente discurso e...



... já agora, (tentarem) perceber porque raios é que sou solteira? Mas o giro, é que já passei a fase de ouvir a pergunta em forma de piropo! Agora estou na fase de ouvir a pergunta em forma de indignação insultuosa! Em formato de como quem atrapalha a média dos "felizes contemplados"!



É de como quem diz - "Mas olha lá... 31 anos, solteira, com essa felicidade toda? Achas que agora alguém te leva a sério? Essa m*rda já nem te fica bem! Pffff!"



Depois... Também existem os mais velhos. Esses fazem a crítica sem amortecedores e lançam um direto - "E então a menina está à espera de quê para dar um netinho aos seus pais? Coitados! Devem estar desesperados por uma casa cheia! E você até é uma miuda tão gira... Vá-lá... Atine-se lá... Ganhe juízo e junte-se com alguém! Sabe... Quase de certeza que a menina tem de ser mais calminha... É que por esse caminho vai intimidar os homens!"



E finalmente, esta é a minha preferida, vêm as melhores amigas! Aquelas que te conhecem há anos. Aquelas a quem fielmente acreditaste que podias contar/perceber/viver tudo. Aquelas que naquela noite dos copos pediam-te para ligares ao namorado delas a mandar a "peta" que íam dormir a tua casa para depois "darem uma volta" com o surfista da Praia Grande ou com o namorado da outra amiga que não era bem amiga e por isso não fazia assim tanto mal. Aquelas a quem um dia guardaste o segredo daquela "cena a 3" que experimentaram nas férias da Grécia com uma "estrangeirona" tão boa que até o Padre se benzia. Aquelas a quem um dia ficaste a saber que não se despediram, mas foram despedidas com justa causa por um qualquer "catanso" de horas no Messenger... Enfim... podería continuar...



Essas... Um dia... Também casam e do alto do seu pedestal dizem - "Oh amiga... Temos de ver o que se passa de errado contigo. Perceber bem qual é o teu denominador comum para não dares certo. Eu acho que é por seres gira demais. Aliás... Eu acho que os homens acham que tu és meia maluca... Sabes... Assim demasiado p'frente! E realmente... Oh Linda não achas que deves acalmar?"



Mas óh meus senhores (sim, vão todos para o mesmo saco), e se fossem todos dar uma grande volta ao bilhar grande hein? E se fossem meter o narizinho no mofo das vossas vidinhas que de santas e verdadeiras não têm é mesmo nada! E se parassem de mandar sms's à melhor amiga das vossas mulheres? E se parassem de falar mal (e cobiçar) o rabo da outra quando andam a pedir aos maridos para vos pagarem umas mamas novas? E se parassem de me dizer para ter filhos quando depois os acusam de serem a primeira razão dos vossos divórcios? E se parassem de se masturbar a pensar na vossa cunhada? E se parassem de olhar para quem se divorcia (ou está solteiro) com desdém quando depois estão casados há 15 anos, mas não "pinam" há 14! E se parassem de usar desculpas para fazerem mais aquele Curso de Espanhol que vai de terça a sexta até à meia-noite e que vos evita de levar como berreiro do puto até ir para a cama ou ter de ouvir a contra-partida do silêncio constrangedor que é a vossa rotininha de "chacha"?




No contra-ponto. Jamais falo, (escrevo no caso), do alto da minha hipocrisia. Qualquer ser, e julgo-me por comum pessoa, não gosta de estar sozinho/a. Estou sozinha porque sim! Porque (ainda) tem de ser! Podia enumerar trinta e uma mil razões psico-sociologico-racionais-estrategas - como se lêem por aí nos artigos de opinião do género "Mulheres modernas vs a Nova Abordagem do Homem", "10 Dicas para fazê-lo pedir-lhe em casamento", "Jovens casam tarde porque não saem da casa dos pais", ou ainda "Faça o teste da compatibilidade" - mas nada disso realmente interessa se a razão de estar com alguém não seja estratégica, mas sim por que se AMA! Gostar de alguém simplesmente não chega? Tem de se ter, ADN, profissão, estatuto social, cor da pele, tamanho do pé e mais do "coiso" compativel?



Mas que raios! As pessoas andam doidas na corrida dos "achievements" sociais? Agora és anormal se decides que ficas com alguém por amor?



E sim, gosto de alguém. Não fui esculpida a gelo. Também amo, sinto e quero como outra pessoa qualquer. Só que a capacidade de amar não passa só pelo sucesso de ser correspondido! Passa sim, pela capacidade em si que se tem de o fazer/sentir genuinamente, mesmo quando se tem pouco ou nada em troca. Mesmo quando não se é correspondido. Amar e ser compatível são duas coisas totalmente diferentes!



Fico doida quando oiço "aquele gajo era mesmo bom para ti...", mas qual gajo? Qual bom? Mas qual quê? E eu gostar dele? E ele gostar de mim? Não conta? E agora? Tenho de gostar do gajo porque ele anda montado num Q7 e isso dá-me o estatuto social certo em Cascais?


Vou casar com alguém que amo e que me ame na mesma "quantidade" de volta! E outros poderão rir-se pela sabedoria crónica da cedência pelo bem estar e achar "coitadinha... tão querida... ingénua... não sabe nada... ainda acredita em príncipes... vai acabar sozinha, ridícula...", mas aos meus olhos o incómodo que tenho pelos corações dos (in)felizes-mais-ou-menos-correspondidos é bem maior do que o que carrego por estar sozinha.


Trocaram-me as voltas. E eu aterrei aqui. Agora é começar de novo.



TmAV.






























quarta-feira, 4 de maio de 2011

Avilod

E como é constrangedor o tempo que se espera enquanto somos observados pela multidão. A noção de tempo rápido ou lento altera-se na mesma velocidade que as batidas de um coração. É assim frenético. Fatídico. Faz ganhar calo. Aprender os truques. Manter o palco em cena. Improvisar.
A arte dos artistas que não sabem que o são. Subir. Descer. Escadas. Rampas. Piruetas. Tudo é duro de tão certo. Mais duro ainda quando errado.
Sempre escuro. É a cor que visto por dentro agora. De vestido alegre violeta. Laço traseiro e vivo. Unhas pintadas de rosas cheirosas. Tudo é cor que parece que floresce, mas se tocas desfaz-se como uma bolha. Pareço feita de borracha. Uma boneca. Linda. Por dentro vazia. Insegura. Desamparada. E ninguém sabe. Ninguém sonha.
Li algures que esta é a verdadeira morte... Ninguém perceber de ti.

13h11m (num afamado restaurante algures em Lisboa)